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Sunny manteve a coragem e lutou para provar a sua inocência – até que em 1992 foi finalmente libertada, dezassete anos depois de a sua desgraça ter começado. Mas para Jesse foi dois anos tarde demais, pois morreu numa horrível e brutal execução que indignou todo o mundo.
A vida de Sunny Jacobs está cheia de tragédias e mesmo assim a sua história é um exemplo brilhante do triunfo de uma mulher sobre o desespero.”
“Este livro começou pelo registo dos fragmentos dilacerados e amarrotados de uma vida despedaçada em todos os papéis que eu conseguia arranjar, por vezes até em papel higiénico. Uma mistura de dor, medo, raiva, esperança, sonhos e memórias, com a centelha e o brilho ocasional do humor, tornou-se a matéria-prima a partir da qual eu me reconstruí e as circunstâncias que serviram de cadinho para forjar uma vida nova.” Sunny Jacobs
Esta é uma história que nos é contada na primeira pessoa e que nos faz reflectir sobre a pena de morte.
Ao longo da leitura do livro, Sunny dá-nos uma perspectiva de como funcionava tanto o sistema legal como as prisões nos anos 70, 80 e 90 nos Estados Unidos da América. Tudo girava à volta de política sem serem respeitados os direitos humanos, mesmo os mais básicos, como a protecção de uma criança. Eric, o filho de Sunny de apenas nove anos foi mantido num centro de detenção juvenil «(…) o Eric estava a ser espremido repetidamente em audições secretas. As mãos dele eram algemadas atrás das costas e ele era levado de noite, sem representação legal, para ser interrogado. (…)». Só dois meses depois é que os pais de Sunny conseguiram a custódia de Eric. Imagina-se o que isto causou numa criança de apenas nove anos, parecendo impossível isto ter acontecido num país em que defende a liberdade e dos direitos humanos, e somente à trinta e seis anos atrás.
É impossível não nos identificarmos com a Sunny, pois apesar dos vários erros que ela própria admite ao longo do livro ter cometido, como ter amado e confiado cegamente em Jesse «(…) Antes de tudo isto nos acontecer, não via para lá do meu próprio pequeno espaço. Tal como um vício, a minha vida toda era esta devoção a outra pessoa e a uma vida de sonho. Eu tinha-me entregado a isto. E as consequências vão ressoar até ao fim dos meus dias e mais além, (…). Quando nos entregamos a alguém, estamos a deitar fora o nosso livre arbítrio – e isso é um perigo e é um sinal de perigo se outra pessoa aceita isso. (…)», Sunny continua a ser uma pessoa normal, de uma família burguesa que facilmente podia ser uma de nós se tivéssemos feito as escolhas erradas.
Não se consegue entender como é possível não haver um mínimo de imparcialidade nos julgamentos (Jesse e Sunny tiveram julgamentos separados) em que os advogados de defesa eram corruptos, o juiz um ex-polícia que não conseguia garantir a imparcialidade, e o advogado de acusação influenciava e coagia testemunhas, arranjava testemunhos falsos, ocultava provas (como o depoimento de Rhodes, o verdadeiro assassino, em que dizia que tinha sido ele a matar os policias), a deturpação de provas. Tudo isto para ganhar as eleições como advogado estadual.
Um livro que nos conta uma história trágica e apesar de a escrita não ser das mais fluidas e empolgantes, a história consegue nos prender às páginas do livro e leva-nos a reflectir sobre a questão da pena de morte, e quantos mais presos não foram e não serão ainda executados apesar de inocentes.
este livro parece-me muito interessante.
ResponderEliminarse conseguir encontrá-lo aqui vou ler.
bjo